sábado, 11 de agosto de 2012

Marx, Weber e Durkheim sobre a Cidade, a cidade como objeto de estudo, de pesquisa.

Buscamos aqui apresentar de forma resumida, a análise de Marx, Weber e Durkheim sobre a Cidade, a cidade como objeto de estudo, de pesquisa, como corpo: Para Marx a cidade ocidental moderna constituía o local da produção e reprodução do capital, produto da sociedade capitalista, e, deste modo, parte integrante de processos sociais mais amplos, expressaria a miséria e a degradação da classe operária, atribuiu um papel histórico e estratégico à cidade industrial no século XIX, como locus da luta de classes. 

Berço da burguesia e de sua ascensão revolucionária, a cidade é também o espaço onde se evidencia a exploração dos trabalhadores e onde, dialeticamente, tal exploração será superada, por meio da revolução operária. Marx afirmou que a economia urbana requer um processo anterior de divisão social do trabalho. 

No caso das cidades européias da Idade Moderna, isto significou o desenvolvimento de um novo padrão de exploração, que substituiu o sistema estamental pelo de classes sociais.  Isto exigiria homens livres, no sentido de que, de um lado deveria haver pessoas não dependentes dos laços da servidão e que, assim, pudessem vender sua força de trabalho e, de outro lado, uma classe que estivesse disposta a comprar e usar tal força de trabalho. Para Marx, é apenas nas cidades que estes dois novos atores sociais se encontram e interagem. A cidade é um mercado, uma vez que ela contém a população exigida pelo aparelho produtivo e o ’exército de reserva’ que a burguesia requer a fim de esmagar os salários e dispor de um `volante’ de mão de obra. Mercado de bens e de dinheiro, a cidade também se torna o mercado de trabalho da mão de obra. 

Para Marx a cidade expressava as condições mais fundamentais de alienação do homem. Weber concebe a cidade como tipo-ideal, a cidade medieval ocidental é a que mais se aproxima de seu tipo ideal de cidade. Weber observou vários tipos de cidade que existiram no passado e mostrou suas diferentes origens, destacando a importância do mercado para seu desenvolvimento. Para o autor “a existência da cidade implica a existência de uma comunidade com alto grau de autonomia, tanto no nível objetivo (mercado, fortificação, exército, tribunal e direito ao menos parcialmente próprio), quanto no nível subjetivo, como um "conjunto de lealdades". Para Weber, a cidade é pré-condição da existência do capitalismo e pressuposto de seu desenvolvimento. 

Ele afirma que uma das razões de o capitalismo não ter se desenvolvido no Oriente foi justamente a ausência de cidades definidas de acordo com seu modelo. À medida, entretanto, em que as cidades são incorporadas a Estados nacionais, elas não podem mais ser captadas com uma totalidade porque são absorvidas numa unidade mais ampla. E isto leva a uma situação onde a cidade significa uma comunidade relativamente autônoma, enquanto, por outro lado, ela se torna parte integral de sociedades mais abrangentes”. (Weber, 1987)

Durkheim se interessou de forma indireta pela cidade, somente por meio da sua atenção especial à morfologia social. Durkheim tomou como referência para a análise da sociedade a arrumação, em determinado território, de uma massa de população de certo volume e densidade, concentrada nas cidades ou dispersa nos campos, que, servida por diferentes vias de comunicação, estabelece diferentes tipos de contato. É, portanto, no contexto da anatomia da sociedade, em seus aspectos marcadamente estruturais, que a cidade surge como substrato da vida social, acumulando e concentrando parcelas significativas da população.

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